Instituto Sabin usa estratégias de engajamento social e filantropia para causar impacto positivo na sociedade

Julia Moioli | 24 jun 2022 engajamento social e filantropia - instituto sabin Julia Moioli | 24 jun 2022

Há 12 anos, a técnica de laboratório Adriana Veloso entrou em uma creche para crianças com deficiência auditiva a fim de realizar sua primeira ação como voluntária do Instituto Sabin. “Eu não fazia ideia de como seria”, conta ela. “Passei o dia inteiro colhendo sangue e saí de lá com a certeza de que tinha causado um enorme impacto: eu estava ajudando a mudar o mundo, nem que fosse com apenas um tijolinho, e minha vida nunca mais foi a mesma.”

Em maio deste ano, a equipe de colaboradores do Instituto Sabin, sediada no Distrito Federal, recebeu uma ligação da cidade catarinense de Tubarão: intensas chuvas haviam castigado a região, causando inundações e deixando a comunidade em situação de emergência, com centenas de desabrigados. Qualquer tipo de ajuda urgente era bem-vinda – e necessária –, e a instituição trabalhou de forma quase que imediata para confirmar a doação de 100 cestas básicas.

Creche Paraíso dos Sonhos, atendida pelo Instituto Sabin em Brasília (DF). (Foto: Divulgação)

Quando a temperatura começa a cair nos meses mais frios do ano, tem início a Campanha Nacional de Solidariedade do Instituto Sabin. Cada regional se mobiliza para arrecadar doações de itens fundamentais para suas populações mais vulneráveis. No Distrito Federal, são mantas, meias e agasalhos. Em Salvador (BA), são alimentos a serem entregues para uma organização parceira de muitos anos, a Obras Sociais Irmã Dulce.

As três histórias acima revelam como o Instituto Sabin, organização responsável pelo investimento social privado do Grupo Sabin, impacta a sociedade brasileira por meio de ações de engajamento social e de filantropia – o terceiro eixo estratégico utilizado pela instituição para nortear seu trabalho, junto com promoção da saúde integral e do bem-estar e do fortalecimento dos ecossistemas de impacto, ambos abordados em reportagens aqui em NetZero.

“Nossos eixos estratégicos são cumulativos e complementares, contam a história do Instituto Sabin e narram sua trajetória”, explica Gabriel Cardoso, gerente-executivo do Instituto Sabin. 

“‘Engajamento social e filantropia’ reúne algumas das ações mais clássicas de um instituto empresarial, como arrecadações, doações e o voluntariado corporativo. Representam a essência da criação do próprio Instituto, fundado há 17 anos para organizar e sistematizar as muitas práticas de responsabilidade social do Grupo Sabin.”

Arrecadações e doações

O eixo “Engajamento social e filantropia” inclui iniciativas para lidar com questões emergenciais e assistenciais nas comunidades onde o Instituto Sabin atua. 

Organizadas em campanhas que seguem datas importantes do calendário, como Natal, Dia das Crianças, Dia Internacional da Mulher, Outubro Rosa e Setembro Azul ou mobilizadas de forma imediata para atender necessidades emergenciais e urgentes, as doações envolvem principalmente recursos oriundos do Instituto, mas em alguns casos conta com objetos e itens arrecadados junto a colaboradores e clientes do Grupo Sabin em todo o Brasil.

Além de contribuir para reduzir as necessidades de populações vulneráveis, as doações realizadas por meio de campanhas de arrecadação – que envolvem sempre itens e nunca dinheiro em si – geram resultados importantes para a sociedade, na visão do Instituto: estimulam o engajamento social e a cultura de doação na sociedade civil, especialmente de colaboradores e de clientes do Grupo Sabin.

“Muitas vezes, as pessoas querem participar e doar, mas não sabem por onde começar ou não sabem se de fato sua doação terá um fim justo”, conta Cardoso. “Por termos uma história de 17 anos e um processo de seleção criterioso para definir quais organizações serão contempladas, damos segurança aos doadores quanto ao fim e ao uso de suas doações.”

Uma das verificações utilizadas pelo Instituto Sabin para ter certeza de que as doações serão bem geridas (e também de que seus voluntários serão bem recebidos) por uma organização parceira é garantir que ela faz parte do ecossistema de organizações apoiadas e desenvolvidas pelos programas do Instituto, como o Saúde+, PAIS e o Descentraliza, por exemplo. 

Tais programas auxiliam as organizações a desenvolverem sua maturidade, buscarem sustentabilidade financeira e potencializarem seu impacto social por meio da formação de seus empreendedores sociais.

Mesmo em emergências, como as enchentes de Tubarão, a ideia é, inicialmente, buscar organizações da sociedade civil parceiras que atuem nas regiões. Isso porque, de acordo com Cardoso, esse é o momento em que o recurso se torna mais vulnerável pelo número grande de pessoas envolvidas. Quando isso não é possível, o contato é feito com o poder público, por meio de órgãos como o Corpo de Bombeiros ou secretarias municipais, por exemplo.

Voluntariado corporativo

Além de estimular o engajamento social por meio de campanhas de arrecadação e de doação, o Instituto Sabin também mobiliza os colaboradores do Grupo Sabin a doarem seu tempo e trabalho a causas importantes – é o chamado voluntariado corporativo, promovido pelo programa Eu Faço Impacto.

“Nossos voluntários são os olhos e corações do Instituto Sabin, e seu trabalho está no DNA da nossa companhia: nossas fundadoras, as doutoras Janete Vaz e Sandra Costa, sempre participaram de ações voluntárias junto com os colaboradores”, lembra Cardoso.

Doutora Sandra Costa (ao centro), uma das fundadoras do Instituto Sabin, participando do Projeto Pescar (2012). (Foto: Divulgação)

O gerente-executivo ressalta que doar o tempo pode ser até mais precioso do que doar um item ou dinheiro: “Além de fazer bem para a comunidade, faz bem para o próprio colaborador, que também desenvolve competências, cria networking e conquista realização e satisfação pessoal, valores que são imensuráveis.”

Qualquer colaborador pode participar do processo seletivo para se tornar voluntário nas ações organizadas pelo Instituto – dados referentes ao ano de 2021 mostram que naquele ano foram 102 voluntários.

Outra fundadora do Instituto Sabin, doutora Janete Vaz (ao centro), participando do Projeto Pescar (2012). (Foto: Divulgação)

Muitas dessas atividades são, inclusive, abertas à participação de familiares, já que, segundo Cardoso, “uma empresa com DNA familiar não poderia convidar um colaborador para uma ação voluntária e não permitir que ele seja acompanhado do(a) companheiro(a) ou do(a) filho(a)”. 

Além do programa de Brasília, cada uma das 20 regionais conta com lideranças (em 2021, foram 65 no total), que se comprometem a realizar um trabalho continuado e são formadas e desenvolvidas por meio do programa Líderes de Impacto. 

Uma dessas líderes é a técnica de laboratório Adriana Veloso, que descreveu sua primeira experiência como voluntária no início desta matéria e, dentro do Instituto, é uma incentivadora para que mais colegas participem das iniciativas. Adriana comenta:

“Sou voluntária desde 2010. Descobri que existem pessoas que realmente precisam de nossa ajuda e a sensação é de que, quando ajudamos, acabamos sendo ajudados também. Desenvolvemos nosso próprio trabalho e aprendemos a lidar com o outro, algo fundamental para tudo na vida.”

Para motivar a atuação de seus voluntários e permitir que eles se concentrem em temas que considerem mais relevantes, em 2021, o Instituto Sabin dividiu suas ações no Distrito Federal em quatro grupos temáticos (GT) de acordo com o interesse e a preferência dos colaboradores do grupo Sabin nas mais diversas causas sociais. O modelo funcionou bem e será replicado em outras regionais a partir de 2023. 

Grupo Temático de Voluntariado Ambiental, promovido pelo Instituto Sabin em Brasília (DF). (Foto: Divulgação)

Os atuais GTs focam em saúde (que, transversalmente, cria ações específicas para crianças, idosos e pessoas em situação de rua, entre outros), qualidade de vida, arte e cultura e meio ambiente. O último grupo é também o mais novo, mas já participou da ação internacional Healing Trees, que plantou árvores em homenagem às vítimas da Covid-19.

Quem participa, assina embaixo. Bruno Gomes, coletor de sangue do Grupo Sabin, conta que sua vida começou a mudar no dia 21 de agosto de 2014, quando se inscreveu para ser voluntário pela primeira vez. Em uma ação em uma creche, se deparou com uma situação de dificuldade que nunca tinha vivenciado e se deu conta de que podia agregar – e muito – na vida das pessoas.

“Passei a me sentir mais humano e também pude desenvolver melhor minha técnica”, conta ele, ao se lembrar de casos como o de uma criança com Síndrome de Down, com veia difícil de acessar. “Fui tão bem que até hoje a acompanho: ela me abraça e me chama de tio, e sua mãe sempre me agradece, o que é muito honroso para mim.”

“Quando comecei a trabalhar como voluntária no Instituto Sabin, em 2010, tinha na minha cabeça que ia apenas ajudar as pessoas, mas não tinha noção de como aquilo ia me transformar”, acrescenta Clauciane Pereira dos Reis, assistente do núcleo digital e líder do grupo de impacto e qualidade de vida.

Da esq. para dir.: Adriana Veloso (1ª de branco), Bruno Gomes (2º de branco) e Clauciane Pereira dos Reis, voluntários nos grupos temáticos de voluntariado corporativo organizados pelo Instituto Sabin. (Foto: Divulgação)

Ela conta que sempre foi muito tímida e sozinha, e essas ações abriram espaço para que conhecesse várias realidades e se desenvolvesse como pessoa. “É uma grande satisfação porque você doa tempo e recebe ganhos que não são materiais.”

Por tudo isso, Clauciane reforça que hoje não se imagina trabalhando em uma empresa que não proporcione esse tipo de experiência e vivência. “Voluntariado é vida.”


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